domingo, 16 de março de 2014

PARA O PARA-LIVRO EM PROJETO-PROJÉCTIL :POEMAS...wikcionario

Ficheiro:Amazone Staatliche Antikensammlungen 2342.jpg
Meus pensamentos,
que são os pensares e pesares do ser humano
ilhado em um indivíduo,
um Robinson Crusoé qualquer,

um Parmênides, um Zenão de Eléia,
dois ou mais Heráclitos de Éfeso,
um ou outro Saulo de Tarso,

com tarso e os ossos metatarsais,
o qual escreveu a Epístola aos Efésios
demudado em Paulo Apóstolo...
- esses pesares em elegia
e pensares em filosofia,
que vão à distância que vão 

os ventos vãos,
os quais vão e voltam
nos vãos dos vaus
e chegam até aonde aporta
a nau que os leva leves,

ultra-leves plumas,
grafados na poeira da luz diáfana,
fotogênicos que são,
- em tais pesares e pensares,

entalhados em madeira de lei,
deixarei, deitarei em signos,
que são atos mudos,
surdos-mudos,
realizados por mim por meio da escrita,
- atos que têm o teor de discursos
para capitães de longo curso,
de corveta e nau capitânea,
ou corsários e piratas incursos
na liberdade que livra e enlouquece,

ouvir na batida do martelo na bigorna
( batuque que abre um mundo novo!)
junto a flibusteiros
até vir a policia de branco e cáqui ou preto
jogar o vetusto xadrez do inconsciente demente

interrompendo a vida em liberdade
fora das patranhas sócio-políticas,
as quais criam e nutrem as patrulhas
dos cães de pequena monta intelectual
e indigência espiritual
que se escondem no xadrez do arlequim 
entre luz e sombra...por Caravaggio!
Por Micheangelo Merisi o Amerigh de Caravaggio!,
um mestre no  xadrez-arlequim das tintas...
um apaixonado violento, impetuoso...
um enamorado da vida em liberdade...
única digna de um homem, ó Libertina
( nome de toda sociedade ou comunidade
que sejam de homens e não abelhas!)...
 
Os signos assinalados à moda dos barões de Camões,

que cantou alto e bom som,
legarei aos leitores e musas
encarregados do levante deles
pela via crúcis da mente

do mortal que tombou na tumba,
porém deixou a deusa ou mente,
serpente que se ergue no deserto da vida
tal qual cascavel ziguezagueante
nas areias do deserto mudo,
mudando duna a duna,
o que coaduna com o que dura
grafado, geoglifado, petroglifado ou hieroglifado
sobre objetos insólitos
e não sólidos,
os quais realizam a travessia
pelo universo natural  da química,
pois signos são mudos, tartamudos
que, entretanto, podem suscitar
os significados e símbolos nas vozes
das musas, dos homens 

ou dos instrumentos musicais
- e são  essas as serpentes 

que os erguem do limbo
ao solo do oboé ou violino,
em solo de solista humano,
quer seja soprano, tenor, barítono
a chorar em bom tom
com olhos postos
no orvalho da madrugada
que cai em solo
e cuja  cantilena é madrigal para besouro,
rumorejar de riacho que ri
para coleóptero oculto em madressilva,
todo iluminado,
buda que é
- no vaga-lume e pirilampo
em campo ancho
- no angico
que abre outro campo,
extra-campo verde,
com violonista enamorado,
ébrio da bebida da madrugada
iluminado por livros medievais (iluminuras)
e pirlilampos-budas em nirvana.

Meus cantos e discursos
terão "voz" e vez também
no silêncio dos olhos e da mente
de quem os lê,
pois empós as auroras
dos meus 96 anos de vida
a fala  deles será  falha mnemônica
que será apagada da memória,
bem como todo o resto
que ficar pela terra
- e que é terra
também em terracota,
que artefato somos
nas mãos e mente da cultura,

que nos mente e manipula :
e em soldados, operários, sábios ou reis
nos industrializam ou aculturam ou civilizam.
Contudo, não será no mutismo dos signos

e nos seus silêncios de prisões
que se dará o levante de minha voz

já em signos jacente,
mas máxime o máximo mágico 

do meu pensamento,
no DNA dos signos geoglifado,
que continuará ritmando
e cuspindo de si, sem boca,
sem nota musical ouvida em si,

bemol maior ou menor,
símbolos que são  serpentes

nascidas de signos,
pois o símbolo se mescla em carne

do verbo com o ser da víbora
que ziguezageia na areia tórrida do Saara,
o qual ara um camelo e um dromedário,
num oásis. Oh! Oásis!
- Quem sabe o que é um oásis?!:
o beduíno, um beduíno, o camelo,

que teima de não ser um camelo
e  um dromedário,
o qual, de fato,  não é o dromedário,
senão de direito,
na voz afiada da doutrina filósofica...
Entrementes, tudo isso passará
nos pássaros que passarão os céus,
ultrapassarão os sóis...
- Até que a língua da água
fale e cante
e desmanche os sulcos do código em areia
desenhados no Poema à Virgem por Padre Anchieta
encetando a erosão da língua!,
a final...
- antes que a cal
caia do caos,

caia o caos
e a nau
nade nua

sem nauta
até a praia
e deixe ao náufrago
a morte do homem,
a qual prenuncia o fim do tempo, 

a destruição do espaço
tal qual em uma fissão nuclear
de longa e longânima cadeia,
que medeia a Medeia,
a infeliz Medeia

de tantos prantos!

O canto em signos
não serei eu
nem minh'alma de gato,
todavia sim uma cerimônia do adeus
presidida pelos bardos
cobertos de  cardos, nardos, dardos, fardos...
quando o pensamento atravessar a pedra
em aporia à flecha de Zeno de Eléia.
Paradoxo. Paradoxo Zeno,
o Eleata que tinha o aceite de todos
menos dos seus pares da Escola Eleata.
( Durma-se com uma seta dessas
mirando seteiras, arqueiros
atirada célere por uma arqueira
- bela, cujos longos e bastos cabelos são a noite negra,
invadindo com trevas corpo e alma,
em salva de luz apenas na Coma da Berenice,
flecha lançada por uma  amazona
equipada com uma besta...
- uma besteira!...Mesmo porque
amazonas são entidades imaginárias,
seres do pensamento em sintaxe de lenda.
Não há notícia de amazona portando uma besta,
pois não as havia onde elas eram lendárias
e trotavam e galopavam em cavalhada
sobre as cavalgaduras,
as bestas de fato e de direito,
que somos os homens
de sexo masculino :xy).

( Para o Para-livro em projeto-projétil : Poemas em geoglifos para uma Ópera Bufa de Joan Miró representada no carnaval do Arlequim carioca com seu ziriguidum).

Ficheiro:Equipement.archer.png
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sábado, 22 de fevereiro de 2014

RENASCER, RENASCER - verbete glossario wikcionario etimo


Jacó passou toda a noite
lutando  incessantemente
contra um ser, um homem.
E continuou a porfia
até a madrugada arroxear-se
em renascimento ( outra natividade?!)
cujo nascer-renascer(renascer!)
começa no sangue
antes morto
ou de morto
a macular as trevas.
Trevas são sangue morto,
de morto antigo.

Essa "renascença" sanguinolenta
é ressurreição encetada no roxo
que, paulatinamente,
toma a cor do vermelho,
toda a máscara do vermelho
cai ao rosto
da alva empós a transfusão 
no arroxeado que anuncia com o anjo da madrugada,
cantada, galante "criança" recém-nascida,
dada em iniciação mística
ao sol, um deus no levante,
já na precessão do dilúculo,
que cava a barra da alva
que se esbarra nas trevas
e aviva o sangue
do arroxeado vivo
ao vermelho vivo :
hemácias, hemoglobina, eritrócitos:
vermelho vida
( Seria essa a primeira ressurreição do Cristo,
fora dos compêndios de teologia?!).

Depois dessa peleja renhida
Jacó foi renomeado por Deus,
que era o ser
com quem se engalfinhara
até o romper da  alva
junto ao cordão umbilical
de um novo homem,
o qual buscava a paz.
No que tange ao lutador,
era o Anjo do Senhor,
ou seja,  o próprio Deus
que, a partir  desse feito heróico, memorável,
passou a chamar-lhe "Israel":
"Aquele que lutou contra homens e Deus
e prevaleceu" : este o significado do nome "Israel".
De fato, Jacó representa ou simboliza o homem comum,
pois quando nasce vem agarrado ao calcanhar do irmão Esaú
a quem engana vida fora,
tomando-lhe até o instituto da primogenitura,
graças à sua esperteza
e a modorra do irmão Esaú.
( Veja a expressão "paga no pé",
a qual se encaixa como luva e mão
no caso de Jacó).
É astuto, adiloso e inescrupuloso na juventude
pois não titubeia em passar ser sogro Labão para trás

com artimanhas brilhantes.
É o ser humano em sua necessidade de aprender a sobreviver
num mundo cruel.
Ele não pode contar com ninguém,
nem confiar senão somente em si
e em seu Deus.
Jacó foge da terra de seu pai
por causa dos seus logros
contra o violento irmão Esaú,
a quem ele não cansa de trapacear
e que lhe ameaça de morte iminente.
Esconde-se na terra do sogro futuro Labão
( outro que será lesado, extorquido, vilipendiado...).
Ao retomar caminho de volta à Casa Paterna,
leva consigo e os seus
praticamente toda a riqueza
que Labão amealhara
durante longos anos :
quase todo o gado ovino do sogro
pertence-lhe graças às suas fraudes e artimanhas sutis requintadas.
Tais expedientes  lhe permitiram apossar-se
da maioria da riqueza do sogro ludibriado.
Porém vai e vem em segurança, incólume
e ainda, de volta, faz as pazes com o irmão Esaú
seu objeto dileto das tramóias infanto-juvenis.

Todavia, Jacó cresce em espiritualidade
e alcança a altura dos céus
além de construir para ida e volta
uma escada de acesso ao divino senhor.
Isto lhe dá outro "status":
Jacó tem cacife, lábia,
mas também tem intelecto e percepção místico-religiosa
de alto nível, elevado teor.
Não é um bronco.

Na Subida do Escorpião
havia uma verso de Deus
escrito na pérola,
versando sobre Midiã
e os midianitas.
Jacó poria seu pé e pó nele,
no versículo que se canta.
Jacó o homem comuníssimo,
bem-sucedido economicamente
que, somente por isso,
teria se transformado em mito ou lenda
à testa de uma imensa fortuna econômica;
Israel o novo homem
nascido e criado no espírito de Deus
nutrido com a sabedoria,
originário  do espírito santo de Deus
que impregnava seus atos.
 (Israel é o homem fictício
descrito para o mito :
o ser histórico
que atravessa o pensamento
montado num corisco ofuscante;
Jacó o homem real
que também deixou de ser real
ao plantar-se no canto que dança o não-ser
oriundo da tradição : lenda.
A história é isso :
a coexistência de mito e lenda,
o  ser na escrita ou história
o ser na tradição oral.
( Que é o ser?!...
Que é ser!?...:
- algo que não sou não é...).